segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Psicodelia apocalíptica.

As nuvens vermelhas no horizonte flamejante
O apocalipse parecia tão distante
O Profeta de voz trovejante
Anuncia o inferno vivido por Dante

Deitado na ponte entre o real e o infinito
Contemplo seus olhos, de um azul intenso e bonito
Na calada da noite eu ouço apenas um grito
Seus olhos azuis eu miseravelmente evito.

Vamos sair dessa loucura baby, o inferno nos espera
Deixar o tempo levar e nos entregar à besta-fera
Olhar para o céu nessa lúcida quimera
E lembrar-se de esquecer como tudo era

Precisamos de uma bebida, um drink, por favor
Peça ao garçom um pouco mais de amor
Derretemos nossa vida num infernal calor
A espada rompe a carne mas nós rimos da dor

Só os seus olhos podem me tirar dessa confusão
Só seu sorriso me livra desse mundo cão
Vamos contemplar o infinito e implorar em vão
Comprar bancos de ouro e nos sentar ao chão

Nossa ceia é farta, mas nossa carne está à mesa
Nosso sangue enche os cálices impostos com delicadeza
Somos a plebe, mas agimos feito a realeza
A feiúra da ferrugem corrompe nossa beleza.

Rimas pobres e alucinações reais
É tudo coisa que a sua cabeça faz
Seus almejos de fim de mundo não são nada demais
Agora durma e não se perca na sombra daquele rapaz.

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