A casa estava fechada. As cortinas sobre as janelas faziam penumbra nos cômodos sujos da moradia de classe alta. Em um quarto de paredes rosa, uma cama infantil se mantia em pé, fria e sem calor humano, como se ninguém se deitasse nela desde muito tempo. Fotografias empoeiradas jaziam largadas apressadamente em cima do console da lareira de mármore. Na garagem, um carro de luxo enferrujava lentamente, totalmente sujo pela poeira e teias de aranha. Na sala, a televisão estaria ligada, não fosse pela súbita queda de energia causada pela explosão.
E no jardim, os corpos do que um dia fora uma família feliz descansavam em inquietude eterna, vítimas da ganância nuclear do ser humano.
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