De todas as graças que se aglomeram sobre o trono de Vênus a mais tímida e esquiva é aquela donzela a quem os mortais chamam Felicidade. Nada é tão avidamente perseguido, nada é tão difícil de se ganhar. Na verdade, apenas os santos e mártires, geralmente desconhecidos de seus contemporâneos, fizeram dela realmente sua, e eles alcançaram-na eliminando seu senso de Ego em si próprios com o aço incandescente da meditação, dissolvendo-se naquele oceano divino de Consciência cujo êxtase é paixão e perfeição.
Para outros, a Felicidade só vem como se fosse por acaso, quando menos esperada, talvez ela esteja ali. Procura, e não lhe encontrarás; peça, e não a receberás; batei, e não será aberta para vós. A Felicidade é sempre um acidente divino. Não é uma qualidade definida, é a flor das circunstâncias. É inútil misturar seus ingredientes, os experimentos da vida que a produziram no passado podem ser repetidos infinitamente e, com infinita habilidade e variedade - e será em vão.
Aleister Crowley, Cocaína.
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