segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Antagônico

E no escuro, seja meu claro
E na tristeza, serei tua alegria
No frio, peço que me esquente
Pois na tua noite serei dia
Quando for prosa, quero verso
Pra nossa vida ser poesia
Letras tortas em sentidos curvos
Quero ser o bálsamo pra curar tua dor
E mil vezes falar te amo
E mil vezes te chamar de amor

domingo, 16 de janeiro de 2011

I'm yours.

Eu te olhei. Encarei aqueles sérios olhos esverdeados nos quais eu adorava me perder toda vez que conversávamos. Olhei seu rosto pálido, sua boca ensaiando um sorriso. Seu nariz reto, seus cabelos lisos como seda, negros como a noite, longos como o luar. Luar, era a palavra que definia a cena, nós dois acampando, uma fogueira na nossa frente. A lua refletida em um lago vítreo de serenidade e paz. Os grilos cricrilando, aquele friozinho bom, frio de juntar namorado. A madeira estalando dentro do círculo de pedras redondas, o fogo bruxuleante. Nossa timidez era um empecilho, nenhum queria dar o primeiro passo. Nossos amigos haviam dormido, e nossa insônia nos trouxera até ali. Sentados lado a lado, a fumaça subindo à um céu estrelado. E, como que por mágica, nossas mãos se tocaram. Foi apenas um toque leve, mas que fez nossos dedos se entrelaçarem, nossos lábios se colarem e nossas almas serem para sempre apenas uma.

E daquele momento em diante eu sabia, eu era seu.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

adeus.

Se sete almas eu tivesse
no âmago do meu sofrimento
Eu quem sabe não jogaria
Ao chão meu sentimento

Quatro ventos enrolaram
tuas faces pálidas e sorrisos
teus olhos, cor de amor
fazem nada de meus olhos lisos

te amei mais do que tudo
recebi menos que nada
teu sorriso me acusava
e minha lágrima era advogada

testemunha do sofrimento
júri da minha dor
meu bem, por ti morri
suicídio agonizante do amor

um tiro certeiro no peito
naquele que me fez tanto sofrer
uma bala trespassa o vidro da alma
vivo enquanto queria morrer

só queria tê-la ao meu lado
enquanto sangro minha partida
segurar tuas mãos enquanto digo
adeus meu amor, minha vida.

Esperança (?)

Por que? Por que ter esperança? desejar um mundo melhor? Achar que apesar do ser humano ser repulsivamente nojento, ele um dia vai ver que tá errado? Isso não é otimismo, é perda de tempo. Crer que de uma hora pra outra a natureza vai se refazer, os homens viverão em paz, as pessoas vão se amar e viveremos todos em uma eterna alegria. Isso é utopia, é sonho, é inocência demais. O mundo nunca será assim. E então, vale a pena ter esperança?

Vale sim. Enquanto tiver amor, vale a pena aguentar um mundo de hipocrisia. Um mundo de sujeira. Um mundo de pessoas. O amor é, acima de tudo, o porto seguro para qualquer um que queira ter um pouquinho de esperança.

Não é sentimentalismo exacerbado, não é idealismo. É vontade de mostrar ao mundo que apesar de tudo, o amor ainda existe, o amor puro e verdadeiro, o amor de irmãos, amor de amigos, amor de um casal apaixonado, amor de amar. É difícil ter esperança na humanidade quando tudo de ruim acontece, mas se não consegue esperar muito das pessoas, espere tudo do amor.

Esperança não é igual a amor. Esperança idealiza, amor realiza.