Carta de um homem morto.
Deitado no asfalto sórdido
Vapor frio me sobe à cabeça, rouquidão
Gemidos e grunhidos e corpos sangrentos
Choro lágrimas metálicas jorradas ao chão
Mil dentes, mil preces
O que quero agora é a morte
Meu carrasco impede a visão
Meu desejo luminoso de escuridão é forte
Sim, não, talvez pra sempre
Sete símbolos reviveram os que descansavam
Enquanto corria minha pele ensandecida
Reclamava a dor de meus olhos que já não mais estavam
Dois mil anos de pura inocência
Seiscentos e sessenta e seis é o seu nome
A besta acorda de sua tumba na noite ensolarada
Ela tem frio, ela tem poder, ela tem fome
Deus, Jeová, Buda, quem quer que seja
Oro pela sua piedade
Tudo o que fiz foi por um motivo
Se não queriam isso, não me dessem a insanidade
Faço do ditado popular meu lema
Beleza está nos olhos de quem vê
Bonitos eram quando só apareciam
Em clipes de popstars ou em filmes trash na tevê.
Grunhidos e gritos e clamor e choro
Minha farda está suja com meu sangue infectado
Poderia perder a voz de tanto ensandecidamente berrar
Mas nessa alegria pré morte prefiro manter-me calado.
O pio de uma corujinha anuncia
Que lâminas e balas não foram o suficiente
Que o diga minha pele rasgada
Minha dor é doce, e meu sorriso, demente.
Unhas e presas e olhos esbugalhados
Dezenas cercam meu corpo antes são
Olho para minhas dóceis criaturinhas estressadas
E vejo em seu olhar um quê de satisfação
Vingança para elas não deveria ser possível
Mas o que posso fazer, se tudo tende a evoluir?
Pode ser loucura ou alegria exacerbada
Mas por um momento vi a maior delas sorrir.
Fulgor prateado em um coldre outrora alheio
Fico feliz por não deixar nenhum filho
Aponto minha salvação para minha têmpora
E sem hesitar, puxo o gatilho.
Vapor frio me sobe à cabeça, rouquidão
Gemidos e grunhidos e corpos sangrentos
Choro lágrimas metálicas jorradas ao chão
Mil dentes, mil preces
O que quero agora é a morte
Meu carrasco impede a visão
Meu desejo luminoso de escuridão é forte
Sim, não, talvez pra sempre
Sete símbolos reviveram os que descansavam
Enquanto corria minha pele ensandecida
Reclamava a dor de meus olhos que já não mais estavam
Dois mil anos de pura inocência
Seiscentos e sessenta e seis é o seu nome
A besta acorda de sua tumba na noite ensolarada
Ela tem frio, ela tem poder, ela tem fome
Deus, Jeová, Buda, quem quer que seja
Oro pela sua piedade
Tudo o que fiz foi por um motivo
Se não queriam isso, não me dessem a insanidade
Faço do ditado popular meu lema
Beleza está nos olhos de quem vê
Bonitos eram quando só apareciam
Em clipes de popstars ou em filmes trash na tevê.
Grunhidos e gritos e clamor e choro
Minha farda está suja com meu sangue infectado
Poderia perder a voz de tanto ensandecidamente berrar
Mas nessa alegria pré morte prefiro manter-me calado.
O pio de uma corujinha anuncia
Que lâminas e balas não foram o suficiente
Que o diga minha pele rasgada
Minha dor é doce, e meu sorriso, demente.
Unhas e presas e olhos esbugalhados
Dezenas cercam meu corpo antes são
Olho para minhas dóceis criaturinhas estressadas
E vejo em seu olhar um quê de satisfação
Vingança para elas não deveria ser possível
Mas o que posso fazer, se tudo tende a evoluir?
Pode ser loucura ou alegria exacerbada
Mas por um momento vi a maior delas sorrir.
Fulgor prateado em um coldre outrora alheio
Fico feliz por não deixar nenhum filho
Aponto minha salvação para minha têmpora
E sem hesitar, puxo o gatilho.
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