quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Suicidas vão para o Inferno.

O gatilho é tentador. A pólvora exala seu aroma perfumado, me chamando, me tentando, me desejando. O metal frio em minhas mãos logo se torna quente. A arma se aquece devido ao meu calor, à emoção, à importância da ocasião. O metal parece fundir-se à minha carne, e a minha carne parece não existir, pois me sinto leve. Tão leve quanto um sopro tênue de vida, prestes a se extinguir. Minha vida beira o fim, uma atitude, um passo, um impulso e acabou-se, o abismo me espera. Ah, a doce tentação. Parece que a felicidade me espera lá embaixo, na escuridão caótica da morte. Os fantasmas do meu passado me chamam, me fazem querer mais, me fazem querer menos, me fazem ser o rei do mundo, o senhor da minha própria vida. O mandante do meu próprio assassinato. Não há Deus, não há Destino, não há Céu nem Inferno. Há uma pistola, minha mente doentia e uma loucura controlada de descobrir o outro lado.

Rezem pela minha alma, porque suicidas vão para o Inferno.

Um comentário:

  1. Pior do que aqui não fica. De acordo com a Lei de Tiririca as coisas tendem a melhorar ou estancar. AHAHAHA

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