quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Geração Perdida

-Monstro, monstro, monstro. Cadê você, bichinho covarde? Não tá escondido embaixo da minha cama né? Ou dentro do meu armário. Aonde quer que você esteja, monstrinho, eu vou te achar e vou te matar. De uma maneira bem lenta e vulgar.

O garoto começou a cantarolar uma canção de toada macabra.

Monstro, monstrinho, do meu coração
Te pego e te cato e te arrasto pelo chão
Monstro, monstrinho, aonde você está agora?
Vou arrancar suas vísceras e jogar elas lá fora.

Seus dentinhos podres eu quero arrancar
Suas patinhas sujas eu vou assar e degustar
Você entrou em minha casinha, e vai se arrepender
Vai desejar não ter nascido quando eu torturar você!

Com um golpe certeiro, o monstrengo acerta a nuca do garoto e faz sinal para seu companheiro de caçada.
-'Bora pra casa. Não tô afim de escutar mais choro de pivete malcriado.
-Essas crianças... Mal saem das fraldas e acham que podem caçar um monstro profissional.

CABOOM!

-Quem disse que ele tava sozinho, seus desgraçados?
O cano da espingarda na mão de um garoto de 7 anos fumegava, ainda quente.

E o gnomo, que assistia a tudo silenciosamente, abanou suas orelhinhas e exclamou:
-Por Deus, mais uma geração perdida.

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