quarta-feira, 6 de julho de 2011

Vocês não sabem com o que estão mexendo.

Então, resolvi voltar a escrever por dois motivos: preciso treinar pro vestibular e porque eu já tinha essa ideia faz algum tempo, mas só agora me animei pra escrever. O primeiro trecho, em itálico, foi retirado do MedoB, um site que eu particularmente gosto demais. Eles colocaram uma creepypasta sobre o jogo Fallout 3 (não precisa conhecer o jogo pra entender a historia, eu só usei um trecho da creepypasta) e eu gostei da atmosfera apocalíptica que aquilo proporcionava. Então comecei a escrever esse conto, que enquanto eu tiver disposição eu vou escrevendo.

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1:27, 6 de Julho, 2027.

“Eu não acredito que eles finalmente conseguiram. Nada mais resta. Eles foram avisados, mas continuaram a violar os limites da ciência. O som. Eu não aguento mais o som. E a luz, meu Deus! O Universo está lentamente se torcendo ao nosso redor. Eu não vou esperar pela morte. Eu tenho uma pistola no sótão.”

Um som agudo e estridente ecoava por todos os lugares. Não parecia vir de uma fonte, parecia estar dentro da cabeça de cada pessoa viva naquele cenário pós-apocalíptico. O que restava dos vidros das janelas estilhaçadas lentamente se desprendia, fazendo barulhos estridentes ao cair. Algumas pessoas mais frágeis jogavam-se ao chão, contorcendo-se com as mãos nos ouvidos, tentando evitar aquele som infernal de alta freqüência. O Vórtex aberto no céu, uma enorme ferida no firmamento anunciava o fim de uma era no Planeta Terra. O barulho foi ficando cada vez mais agudo, mais intenso, mais insuportável. O rasgo entre as nuvens começava a tragar lentamente a noção de tempo e espaço, transformando tudo num borrão denso. Agora até os mais resistentes começavam a sofrer, morrendo em lenta agonia, torturados pelo som e pela visão macabra daquela distorção temporal. Em um momento, haviam pessoas agonizantes, prédios destruídos, ruas cheias de escombros e um planeta devastado pela evolução. No outro segundo já não havia mais nada.

Só o vácuo.

13:41, 29 de Junho, 2027.

“E hoje, graças à um esforço de pesquisa de quinze anos, os cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, unindo esforços com profissionais e estudantes do mundo todo, finalmente conseguiram ultrapassar a fronteira final da Ciência: eles conseguiram driblar a barreira do tempo. O que era antes um mistério para a humanidade agora nada mais é que uma página finalmente virada. Os primeiros testes se realizarão daqui a algumas horas, e todo o progresso será exibido ao vivo. Os esforços para criar uma máquina que permite viagens pelo tempo, que tiveram início datado de 21 de Dezembro de 2012, vão ser finalmente colocados à prova nesse dia histórico. Grandes líderes mundiais estarão presentes no evento, que tem duração prevista de cerca de duas horas, tempo suficiente para mostrar os resultados de anos de pesquisa e desenvolvimento. Diretamente de Massachusetts, Adriana Stark para o Plantão Globo de Notícias.”

Eu estava lá fora quando meus filhos me chamaram na sala. Os garotos olhavam fascinados para a tela da televisão. Aquela era a maior descoberta de todos os tempos, o controle da dimensão temporal do universo. Os garotos debatiam animados as inimagináveis possibilidades, o leque de oportunidades que se abriria com a perspectiva do controle de algo tão complexo. Viagens ao passado, previsões do futuro, caminhar pelo espaço na velocidade da luz, era tão maravilhoso que todos acabavam se esquecendo do perigo em mexer com tal emaranhado complexo de alguma coisa que ainda não era possível entender. E era exatamente esse o problema, era isso que eu temia.

Sabíamos controlar, mas não conseguíamos entender. Podíamos fazer do tempo o nosso escravo, mas não sabíamos a que ponto isso chegaria.

E, pensando que estavam galgando a escadaria para o topo da tecnologia, a ciência não percebeu que apenas estava cavando a própria cova.

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Por enquanto é isso, conforme eu for escrevendo eu vou postando aqui. Flw vlw ae.

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